A psicoterapia assistida por psicodélicos

Para explicar como funciona o modelo de terapia PAP, é fundamental apresentar um princípio muito bem estabelecido desde as pesquisas das décadas de 1950 e 60: o desfecho terapêutico não depende apenas da ingestão da substância. Depende da interação entre o psicodélico, o set (mindset, contexto interno do participante) e o setting (ambiente em que ocorre a  experiência.)

Parte do meu trabalho como terapeuta é a preparação do set para o paciente (apoio para desenvolvimento de intenção, postura mental e habilidades para navegar pela experiência psicodélica) e construção do setting, um ambiente acolhedor baseado na construção do vínculo de confiança. 

Antes da sessão com a substância psicodélica, o paciente participa de sessões de preparação nas quais recebe informações sobre efeitos esperados e os possíveis desafios, estabelece intenções para a jornada psicodélica e cultivam habilidades que potencializam uma experiência terapêutica.

Após a sessão com a substância, ocorrem as sessões de integração, que ajudam os  pacientes a processar a experiência e a incorporar as lições aprendidas em estados não ordinários de consciência, em mudanças concretas em suas vidas cotidianas.